...
...
top of page

O Chamado da Floresta: A Origem e os Mistérios da Ayahuasca

Atualizado: há 10 horas

Explorando as raízes culturais e químicas da bebida sagrada que conecta o corpo e a alma


por Silviane Arruda


Colunista Silviane Arruda

Neuroestrategista e psicanalista especializada em linguagem do corpo. Advogada e empresária fez migração de carreira para se tornar Mentora em que desenvolveu sua metodologia própria: o Método 100% Dono de Si®.  Também realiza retiros de autoconhecimento, treina equipes empresariais e é professora do curso de Práticas Integrativas.​​​​​​​​ Coautora no livro O Novo Ser Humano: Mais Saúde Mental na Era Digital.

Neurostrategist and psychoanalyst specialized in body language. Lawyer and entrepreneur who transitioned her career to become a Mentor, developing her own methodology: the 100% Dono de Si® Method. She also conducts self-knowledge retreats, trains corporate teams, and is a professor of Integrative Practices courses. Co-author of the book O Novo Ser Humano: Mais Saúde Mental na Era Digital.






A Ayahuasca, conhecida como “a bebida dos espíritos” ou “vinho da alma”, carrega uma história rica e misteriosa que remonta às profundezas da floresta amazônica. Suas origens estão intrinsecamente ligadas às práticas espirituais e medicinais dos povos indígenas da América do Sul, que a utilizam há séculos como um portal para o autoconhecimento e a conexão com o universo. Mas o que exatamente torna esta mistura tão especial? Este texto desvenda suas raízes históricas e mergulha nos aspectos químicos que explicam seu impacto no organismo humano.


Foto: Acervo da autora
Foto: Acervo da autora

A origem ancestral


A palavra “Ayahuasca” tem origem no idioma quíchua, falado por povos indígenas dos Andes, e pode ser traduzida como “cipó dos espíritos” ou “liana da morte”. Essa nomenclatura reflete a percepção dos povos originários de que a bebida proporciona uma conexão direta com o mundo espiritual, transcendendo as barreiras da mente consciente.


A bebida é preparada a partir da combinação de duas plantas principais: o cipó Banisteriopsis caapi e as folhas da chacrona (Psychotria viridis). A sabedoria indígena, transmitida de geração em geração, revela que essa mistura foi criada com o propósito de acessar dimensões espirituais, curar doenças físicas e psíquicas e reforçar os laços com a natureza.


A descoberta e os mitos


Embora não se saiba ao certo como os povos indígenas descobriram a combinação perfeita das plantas, muitos mitos atribuem essa descoberta a orientações recebidas em sonhos ou diretamente da floresta. A Ayahuasca, em sua essência, representa mais do que um composto químico: é uma conexão simbiótica entre o homem e o meio ambiente.


Na cosmologia amazônica, a bebida é vista como uma entidade com inteligência própria. Para muitos xamãs, ela não é apenas um remédio, mas uma professora que revela lições profundas sobre a existência.


Aspectos químicos no organismo


Quimicamente, a Ayahuasca é fascinante. Sua ação no organismo é possível graças à interação de dois componentes principais: o DMT (dimetiltriptamina) presente na chacrona e os inibidores da monoamina oxidase (IMAOs) encontrados no cipó Banisteriopsis caapi.


O DMT é um potente composto psicoativo que, isoladamente, seria rapidamente degradado no organismo. Contudo, os IMAOs presentes no cipó inibem essa degradação, permitindo que o DMT entre na corrente sanguínea e alcance o cérebro. Essa interação resulta em estados alterados de consciência, que muitas vezes incluem visões intensas, introspecção profunda e sentimentos de transcendência.


Esses efeitos não são apenas espirituais; estudos científicos sugerem que a Ayahuasca pode promover a neurogênese, ou seja, a regeneração de neurônios, e alterar positivamente redes cerebrais associadas a traumas e padrões emocionais negativos.


O papel do ritual


Na tradição indígena, o preparo e o consumo da Ayahuasca são cercados por rituais que envolvem cantos (ícaros), rezas e outras práticas espirituais. Esses elementos não são meros acessórios, mas parte essencial do processo de cura e transformação. Os rituais criam um ambiente seguro, onde os participantes podem navegar pelas experiências intensas proporcionadas pela bebida.


Esse contexto cultural é fundamental, pois a Ayahuasca não deve ser tratada como uma simples substância recreativa. Fora de seu ambiente ritualístico, seus efeitos podem ser mal compreendidos, trazendo riscos físicos e psicológicos.


Ayahuasca hoje: entre o sagrado e o científico


Nos últimos anos, a Ayahuasca ganhou notoriedade fora da Amazônia, atraindo a atenção de cientistas, terapeutas e curiosos de todo o mundo. Enquanto os indígenas a veem como uma ferramenta espiritual, a ciência moderna tem buscado compreender seus potenciais terapêuticos, especialmente em relação ao tratamento de depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.


Entretanto, com essa popularização, surge um desafio: como preservar a essência sagrada da Ayahuasca em um mundo que frequentemente busca resultados rápidos e descontextualizados? A resposta talvez esteja na valorização das comunidades tradicionais que mantêm viva essa prática milenar.


Conclusão


A Ayahuasca é muito mais do que uma bebida; é um portal para a sabedoria ancestral e um reflexo da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza. Compreender suas origens e aspectos químicos é apenas o primeiro passo para mergulhar em um universo que une o corpo, a mente e o espírito em uma jornada de cura e autoconhecimento.


Seja vista como um legado sagrado ou um fenômeno científico, a Ayahuasca continua a chamar aqueles que desejam ouvir a voz da floresta.


Abraços,


Silviane Arruda


Divulgação: M11 Marketing e Comunicação

 

The Call of the Forest: The Origins and Mysteries of Ayahuasca


Exploring the cultural and chemical roots of the sacred brew that connects body and soul


Ayahuasca, often referred to as "the spirit drink" or "the vine of the soul," holds a rich and mysterious history rooted deep within the Amazon rainforest. Its origins are intricately linked to the spiritual and medicinal practices of Indigenous peoples of South America, who have used it for centuries as a portal to self-knowledge and universal connection. But what exactly makes this brew so special? This article unveils its historical roots and dives into the chemical components that explain its profound effects on the human body and mind.


Ancestral Origins


The word “Ayahuasca” comes from the Quechua language, spoken by Indigenous groups of the Andes, and can be translated as “vine of the spirits” or “vine of the dead.” This name reflects the belief that the brew provides a direct connection to the spiritual world, transcending the boundaries of the conscious mind.


The drink is prepared from a combination of two main plants: the vine Banisteriopsis caapi and the leaves of Psychotria viridis, commonly known as chacruna. Indigenous wisdom, passed down through generations, reveals that this mixture was created with the purpose of accessing spiritual dimensions, healing both physical and psychological illnesses, and reinforcing the sacred bond with nature.


Discovery and Myth


Although it is still unknown how Indigenous peoples discovered the perfect plant combination, many myths suggest that the knowledge was received through dreams or directly from the forest itself. At its core, Ayahuasca is more than a chemical compound—it represents a symbiotic connection between humans and the natural world.


In Amazonian cosmology, the brew is considered an entity with its own intelligence. For many shamans, Ayahuasca is not merely medicine, but a teacher that imparts profound lessons about existence.


Chemical Aspects in the Body


Chemically speaking, Ayahuasca is fascinating. Its effects arise from the interaction of two main components: DMT (dimethyltryptamine), found in chacruna, and MAO inhibitors (monoamine oxidase inhibitors), present in the Banisteriopsis caapi vine.


DMT is a powerful psychoactive compound that, on its own, would be quickly broken down in the body. However, the MAO inhibitors prevent this breakdown, allowing the DMT to enter the bloodstream and reach the brain. This interaction leads to altered states of consciousness, often marked by vivid visions, deep introspection, and a sense of transcendence.


These effects are not only spiritual—scientific studies suggest that Ayahuasca may promote neurogenesis, the regeneration of neurons, and positively affect brain networks associated with trauma and negative emotional patterns.


The Role of Ritual


In Indigenous tradition, the preparation and consumption of Ayahuasca are surrounded by rituals involving sacred songs (icaros), prayers, and spiritual practices. These elements are not mere accessories; they are essential to the healing and transformative process. Rituals provide a safe and sacred container for participants to navigate the intense experiences brought about by the brew.


This cultural context is fundamental, as Ayahuasca should not be treated as a recreational substance. Outside its ceremonial setting, its effects can be misunderstood, posing physical and psychological risks.


Ayahuasca Today: Between the Sacred and the Scientific


In recent years, Ayahuasca has gained global attention, drawing interest from scientists, therapists, and spiritual seekers around the world. While Indigenous communities view it as a sacred spiritual tool, modern science is increasingly exploring its therapeutic potential, particularly for treating depression, anxiety, and post-traumatic stress disorder (PTSD).


However, this growing popularity raises an important question: how can we preserve the sacred essence of Ayahuasca in a world often driven by quick, decontextualized results? The answer may lie in honoring and protecting the traditional communities who keep this ancient practice alive.


Conclusion


Ayahuasca is much more than a drink—it is a gateway to ancestral wisdom and a reflection of the harmonious relationship between humans and nature. Understanding its origins and chemical properties is only the first step into a universe that unites body, mind, and spirit in a powerful journey of healing and self-discovery.


Whether seen as a sacred legacy or a scientific phenomenon, Ayahuasca continues to call those who are willing to hear the voice of the forest.


Warm regards,


Silviane Arruda

Referências | References:


Logo M11 Marketing e Comuicação

M11 Marketing e Comunicação

Construímos brands conectados às tendências. Uma agência full service que atua, desde 2004 colecionando resultados positivos para seus clientes.

Há quase 20 anos, somamos nossos esforços para o sucesso das áreas de planejamento estratégico, comunicação, imprensa e eventos com foco em marketing para empreendedorismo.

Descubra os nossos tons!

Quem somos e o que fazemos!



11 98170-9965


Kommentit

Arvostelun tähtimäärä: 0/5
Ei vielä arvioita

Lisää arvio
bottom of page
...