Como podemos acessar e resgatar nosso aspecto artístico?
- M11 Marketing e Comunicação
- 19 de jan. de 2000
- 7 min de leitura
por Dr. Caio Akaki Borges Moura

Colunista Dr. Caio Akaki Borges Moura
Escreve a introdução do livro O Novo ser Humano: Mais Saúde Mental na Era Digital". Médico - CRM 217.943 SP e Terapeuta Integrativo, professor de Yoga pela Yoganaya International School e terapeuta sonoro pela Soundfullness Education. Atua na gestão e aplicação de PNPIC no âmbito da Atenção Primária à Saúde do SUS no município de Santo André.
Writes the introduction of the book O Novo Ser Humano: Mais Saúde Mental na Era Digital.Physician – CRM 217.943 SP and Integrative Therapist, Yoga Teacher certified by Yoganaya International School, and Sound Therapist certified by Soundfullness Education. He works in the management and implementation of the PNPIC (National Policy on Integrative and Complementary Practices) within the scope of Primary Health Care in the SUS (Brazilian Unified Health System) in the municipality of Santo André.

O primeiro passo é o resgate do contato com a infância. Nesta fase do desenvolvimento humano, a subjetividade, a imaginação e a criatividade representam as leis do modo de viver e pensar, a flexibilidade da mente a expressão da neutralidade em detrimento das convicções presentes nos sistemas de pensamento do adulto. O que se fazia no período da infância com o objetivo de divertir-se sem metas produtivas para isso é a manifestação do campo artístico.
O encontro com a infância pode ser traduzido também como um descondicionamento da mente, das emoções, do corpo e das relações — o que importa para você, antes de qualquer opinião, crença ou necessidade financeira?
O que você faria se não tivesse vergonha de nada? Ou se o mundo não fosse pautado pelo acúmulo de bens e finanças?
Quem você é quando está sozinha? Com que temas mais se conecta?
O que te inspira? E por quê?
Se não existem memórias vívidas daquela época ou se for difícil responder a essas perguntas no momento, é possível acessar o atributo da arte por meio de inúmeras práticas que podem parcer muito distantes de nossa realidade ou disponibilidade de tempo ou até mesmo desvalorizadas por nós (uma vez que estamos tão fortemente inseridos em uma dinâmica que legitima somente ações de objetivo mercantil). Abaixo estão listadas algumas delas:
Escrita intuitiva (escrever sem julgamentos, liberar pensamentos no papel sem objetivo qualquer, como reproduzir a mente para o papel).
Escrita imaginativa, como contar histórias, sonhos impossíveis.
Desenho abstrato ou a pintura.
Dança livre e intuitiva, o cantarolar e o cantar.
Fotografia.
Montar e desmontar objetos.
Exposições de arte e consumo de conteúdos artísticos (que inspiram automaticamente nossas potencialidades criativas e nossa perspectiva não padronizada e livre).
Toda e qualquer atividade na qual o objetivo seja a realização dela mesma.
Tais práticas são utilizadas pela psicologia moderna para promoção de saúde mental, melhora da concentração e atenção, estímulo da criatividade e flexibilidade mental, resgate da infância e tomada de decisões, dentre outras capacidades cognitivas humanas que vem sofrendo agressão direta pela forma com a qual somos estimulados a experimentar a vida.

Da mesma forma, as tradições nativas e sabedorias ancestrais nos ensinam que existem 4 aspectos fundamentais da manutenção da saúde humana em todos os seus níveis (mental, espiritual, emocional, físico e relacional): o Canto, a Dança, o Silêncio e o Contar Histórias, sem os quais a vida perde o sentido, torna-se confusa e susceptível à doenças. Além disso, essas práticas estão associadas à capacidade de auto-regulação ou cura de processos de adoecimento diversos e, coincidentemente (ou não), ilustram expressões artísticas. De forma resumida, esses fundamentos representam uma vida com plenitude, realidade e intensidade:
· o Canto é o reforço à expressão da verdade, da autenticidade, a valorização de nossas emoções a serem vivenciadas sem vergonha ou medo.
· a Dança está associada à coreografia que criamos na caminhada pela vida a partir da música que ressoa e tem significado para nós, além do contato íntimo, saudável e confiável com o corpo físico sendo um referencial para nós mesmos ao invés de outros corpos ou metabolismos.
· o Silêncio é o encontro com a autocompreensão e autoconhecimento profundos, a transcendência da mente e suas oscilações, da confusão e a inércia que o alto fluxo de pensamentos pode produzir e o discernimento sobre o que cultivar ou não em nosso universo interno.
· o Contar Histórias associa-se à ação no mundo, ação coerente com o que nos conecta à vida, coesa com nossos pensamentos e necessidades em relacionamento com as necessidades de nossos pares e a promoção do bem comum a partir de nossas inspirações; É a expressão de quem somos sem as influências do ego ou das estruturas sociais limitantes.
Nosso mundo pede por mais profundidade: a observação de uma flor em seus mínimos detalhes, do movimento das nuvens no céu, do ritmo da respiração, a expressão livre de quem somos, das nossas ideias mais improváveis, a troca de experiências, a valorização das reflexões filosóficas, a romantização da vida. O contato saudável com nossas versões emotivas, silenciosas, raivosas, entusiásticas, a inserção do não-fazer-nada em nossas agendas semanais. Isso é arte. Porque é humano.
Tudo isso compõe as bases para que nosso intelecto e mente trabalhem em nosso favor, em favor do bem de nossas vidas no momento presente, promovendo discernimento e disciplina para nos direcionar para um futuro mais saudável sem tantas distrações. Com isso, é preciso tomar uma decisão, decidir por escolher a si mesmo e ao cultivo de uma base consistente para a vida, a mente, as emoções e as relações. Sem pressa, mas nunca parado.
Ser artístico é aprender a respeitar o seu ritmo, a equilibrar o subjetivo e idealista com o objetivo e concreto, reconhecer e exercer o seu Eu mais autêntico com ousadia. Estamos todos precisando de você sem as suas máscaras.
Abraços,
Dr. Caio Akaki Borges Moura
Redes Sociais: @caioakaki
Divulgação: M11 Marketing e Comunicação
How Can We Access and Reclaim Our Artistic Side?
The first step is reconnecting with our childhood. In this phase of human development, subjectivity, imagination, and creativity shape the way we live and think. The mind is flexible, expressing neutrality rather than the convictions present in adult systems of thought. What we did during childhood for the sheer joy of it—without any productive goal—is a manifestation of the artistic realm.
Reconnecting with childhood can also be seen as a deconditioning of the mind, emotions, body, and relationships. What truly matters to you—before any opinion, belief, or financial need?
What would you do if you weren’t ashamed of anything? Or if the world didn’t revolve around accumulating wealth and possessions?
Who are you when you're alone? What themes resonate with you the most?
What inspires you? And why?
Even if there are no vivid memories of that time, or if it’s difficult to answer these questions right now, it is still possible to access the realm of art through various practices. These practices may seem distant from our current reality, time availability, or may even be devalued by us—since we live in a culture that legitimizes only actions with commercial goals. Here are some examples:
Intuitive writing (writing without judgment, freely releasing thoughts onto paper, simply translating the mind).
Imaginative writing, like storytelling or dreaming up impossible scenarios.
Abstract drawing or painting.
Free and intuitive dancing, humming, and singing.
Photography.
Assembling and disassembling objects.
Visiting art exhibitions and consuming artistic content (which automatically inspires our creative potential and non-standardized, free perspective).
Any activity where the goal is simply the act itself.
These practices are used in modern psychology to promote mental health, improve focus and attention, stimulate creativity and mental flexibility, reconnect with childhood, and support decision-making—among many other human cognitive abilities that are increasingly harmed by the way we are encouraged to experience life.
Similarly, native traditions and ancestral wisdom teach us that there are four fundamental pillars for maintaining human health on all levels (mental, spiritual, emotional, physical, and relational): Singing, Dancing, Silence, and Storytelling. Without these, life loses meaning, becomes confusing, and more vulnerable to illness. These practices are also tied to our capacity for self-regulation and healing from various forms of illness and, coincidentally—or not—are expressions of art. In summary, these pillars represent a life of fullness, authenticity, and intensity:
Singing reinforces the expression of truth and authenticity, honoring our emotions as experiences to be lived without shame or fear.
Dancing relates to the choreography we create while walking through life, guided by the music that resonates with us. It also represents a healthy and trustworthy connection with the physical body—using our own body as a reference instead of comparing ourselves to others.
Silence allows us to access deep self-understanding and self-knowledge, to transcend the mind and its fluctuations, the confusion and inertia caused by constant mental noise, and to gain discernment about what we want to nurture in our inner world.
Storytelling is tied to action in the world—action that aligns with what connects us to life, and that is consistent with our thoughts and needs, while also relating to the needs of others and promoting the common good through our inspirations. It is the expression of who we truly are, free from ego and limiting social structures.
Our world is calling for more depth: observing a flower in its finest details, watching the movement of clouds in the sky, feeling the rhythm of our breath, freely expressing who we are, sharing our most improbable ideas, exchanging life experiences, appreciating philosophical reflections, romanticizing life. It's about reconnecting with our emotional, silent, angry, enthusiastic versions—making space in our weekly routines for simply doing nothing. That is art. Because that is human.
All of this forms the foundation for our intellect and mind to work in our favor—promoting clarity and discipline to guide us toward a healthier future with fewer distractions. And so, a decision must be made: to choose yourself, to cultivate a solid foundation for life, mind, emotions, and relationships. No rush—but never stagnant.
To be artistic is to learn to respect your own rhythm, to balance the subjective and idealistic with the objective and concrete, to recognize and embody your most authentic Self with courage.
We all need you—without the masks.
Warm Regards,
Dr. Caio Akaki Borges Moura

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